As formas de preparação e uso das Ervas Aromáticas e Medicinais variam consoante a necessidade de extração e existência de constituintes ativos em cada planta, para o fim a que se destina e vias de aplicação da mesma. sendo assim, são muitas as formas de prepara e usar as Aromáticas da sua horta
É de ter em conta que em medicina popular, ainda atualmente, muitas preparações como os cozimentos, infusões e macerados são habitualmente preparados pelo próprio doente a partir da planta medicinal ou de misturas de plantas.
As preparações e os modos de utilização mais comuns são apresentados de seguida.
Banhos
Um banho consiste na imersão completa ou parcial do corpo em água, na qual se podem juntar preparações obtidas de plantas medicinais (infusões, decocções, óleos essenciais).
Estes banhos quando tomados com água tépida ou mesmo quente são recomendáveis para melhorar a circulação sanguínea e para as frieiras. Nestes casos utilizam-se plantas apropriadas para estas situações.
Cataplasmas
Preparação de consistência branda que se aplica sobre a pele durante alguns minutos. Podem preparar-se com sementes, folhas ou raízes de plantas, esmaga-se o preparado num almofariz até obter uma papa uniforme.
Estende-se a pasta num pano e aplica-se sobre a zona da pele afetada.
Compressas
As compressas são feitas de bandas de algodão ou gaze, embebidas numa infusão ou decocção e aplicar sobre a zona da pele afetada, ou seja, é uma preparação local que surte efeito pela penetração dos constituintes ativos através da pele.
Decocções ou Cozimentos
As decocções são preparadas fervendo o material finamente dividido (contundido ou pulverizado) durante 10 a 15 minutos. Quando não houver indicação em contrário os cozimentos devem ser obtidos a partir de
100g de substância vegetal em 1500g de água. O processo de decocção usa-se muitas vezes para extrair partes duras da planta (raízes, rizomas, casca, sementes).
Extratos
São preparações concentradas líquidas, sólidas (extrato seco) ou de consistência intermédia, geralmente obtidas de fármacos secos. Os extratos são geralmente obtidos por maceração ou por lixiviação. Na preparação por maceração normalmente a planta depois de convenientemente dividida é misturada com o solvente, na maior parte dos casos com etanol diluído e deixado em repouso. A planta é depois separada do líquido por expressão e este é concentrado até à consistência desejada. Na preparação por lixiviação a planta convenientemente dividida é misturada com o solvente e posta no lixiviador. O lixiviador é alimentado com o solvente e é deixado a gotejar até esgotamento da planta. No final é reunido o líquido que percolou com o obtido por expressão do conteúdo do lixiviador seguido de concentração.
Gargarejos
Os gargarejos são uma forma fácil de se aplicar sobre a mucosa que reveste o fundo da boca, amígdalas e faringe; fazem-se tomando uma infusão morna sem engolir, inclinando a cabeça para trás, tentar aguentar o líquido durante aproximadamente um minuto e deitar fora o líquido da boca, repetindo o processo durante cinco a dez minutos.
Inalações
As inalações são preparadas pela combinação do vapor de água com substâncias voláteis (óleos essenciais) das plantas aromáticas. Colocar a planta a usar num recipiente adequado com água a ferver, na proporção de uma colher de sopa da planta (seca ou fresca) para meio litro de água e aspirar para facilitar a inalação do vapor.
Infusões
As infusões são usadas quando o material vegetal é facilmente penetrado pela água e as suas substâncias se dissolvem rapidamente em água quente. Prepara-se lançando água fervente sobre uma ou mais plantas convenientemente divididas, deixando atuar entre 5 a 15 minutos e coando em seguida. Na maioria dos casos prepara-se na proporção de 1 colher de sopa para cerca de 150 ml de água (o volume médio de uma chávena).
Irrigações
Introdução de um líquido pelas cavidades naturais (ouvidos, nariz, vagina, etc.) quer diretamente, quer por outro meio. O líquido injetado é normalmente uma infusão ou decocção previamente arrefecida.
Lavagens oculares
As lavagens oculares (olhos) fazem-se embebendo uma compressa na decocção de uma planta e deixar escorrer o líquido do lado da fonte para a do nariz.
Macerações
São preparações líquidas resultantes de uma extração, normalmente pela água, dos constituintes solúveis existentes numa dada planta. Normalmente a planta é colocada convenientemente dividida num recipiente e deixada em contacto com o líquido extrativo em lugar fresco, quase sempre por cerca de 12 horas. Ao fim deste tempo o líquido extrativo é coado ou filtrado.
Óleos
Os óleos podem obter-se a partir de frutos e outras partes de plantas que os contêm através de prensagem
(não confundir com óleo essencial). Alguns óleos podem aplicar-se por fricção.
Pós
Atualmente poucas vezes a planta sob a forma de pó é administrada diretamente, mas sim o pó incluído em cápsulas. Muitas vezes o pó da planta é obtido para dele se fazerem comprimidos e cápsulas.
Sumos ou Sucos
Líquido obtido pelo simples escoamento, quando se espremem os frutos, as folhas ou o caule, de preferência com a planta fresca esmagada e filtrada de seguida. Os sumos têm a vantagem de conter os constituintes ativos sem os degradar.
Tinturas
São preparações líquidas geralmente obtidas de fármacos secos. Normalmente são obtidas por maceração ou lixiviação ou por outros processos convenientes, como diluição de um extrato, utilizando etanol de graduação apropriada.
São geralmente obtidos a partir de 1 parte de fármaco e 10 partes de solvente ou a partir de 1 parte de fármaco e 5 partes de solvente. Os processos de extração são os indicados para a preparação dos extratos, com exceção da parte que diz respeito à concentração.
Tisanas
Podem ser preparadas por infusão, decocção ou maceração consoante o tipo de material vegetal.
Unguentos
Nos unguentos os constituintes ativos encontram-se dissolvidos numa substância gorda. Os unguentos são sólidos à temperatura ambiente e amolecem quando se estendem sobre a pele.
Vinhos medicinais
Os vinhos medicinais são preparados com vinho branco ou tinto com um elevado teor alcoólico e que resultam da ação dissolvente do vinho sobre as plantas (raízes, cascas ou folhas).
Usa-se aproximadamente 5 a 6 gramas de planta para 100ml de vinho, macerar bem o preparado, tapar e deixar num local escuro durante 10 dias e por fim filtrar o preparado.
Xaropes
Os xaropes consistem em soluções concentradas de sacarose com sumos, tinturas, extratos ou outras preparações obtidos das plantas. Também pode ser utilizado mel em vez de sacarose. Para a preparação de xaropes sem açúcar empregam-se excipientes à base de sorbitol, mucilagens, gomas, glicerina, etc.
Fonte: Plantas Aromáticas do Concelho de Bragança
Autores: Filomena C. Neto , Mariana Tomé Falcato Simões