Existem muitas plantas que pelas suas propriedades e princípios ativos, podem ser um bom auxílio para controlar ou combater as pragas e doenças que podem surgir na nossa horta. Contudo, na preparação dos tratamentos à base de plantas, devemos ter em conta que algumas espécies têm características que obrigam a alguns cuidados.
Para que possa usufruir em segurança de todo o seu potencial, deixamos aqui alguns conselhos para elaborar bem os tratamentos à base de plantas.
Cuidados na preparação os tratamentos à base de plantas
- Escolha plantas vigorosas, que não apresentem sintomas de doenças e que estejam longe de possíveis fontes de contaminação (locais de aplicação de pesticidas sintéticos, indústrias, fossas, aterros ou áreas onde exista muito tráfego de veículos).
- Se possível, devem ser colhidas cedo. Logo no início do dia.
- Evite colher plantas em frutificação, exceto nos casos em que é indicado o uso dos frutos.
- As partes mais mais recomendadas para usar nos tratamentos à base de plantas são as folhas, flores e frutos. Deve-se evitar o uso de partes que possam causar danos à planta como as cascas e as raízes.
- Sempre que possível, a água utilizada nos tratamentos à base de plantas, deve ser água não tratada (chuva ou poço). Se for necessário usar água da torneira, é aconselhável deixá-la descansar por 24 horas para decantar os sais e assim evitar a alcalinização do solo.
- É preferível evitar o uso de utensílios e recipientes de metal para fazer os preparados, pois podem alterar os compostos.
- Geralmente, os tratamentos à base de plantas, podem ser usados imediatamente após a sua elaboração. No entanto, alguns podem ser guardados em forma concentrada. Os preparados concentrados devem ser armazenados em recipientes de vidro ou plástico e em locais escuros, frescos e secos.
- Se precisar de adicionar um agente emulsionante, deve usar apenas o sabão neutro. É importante não usar detergentes de louça ou semelhantes, pois eles danificam os tecidos das plantas e são poluentes para o meio ambiente.
- É importante aplicar fora das horas de mais calor. As substâncias tendem a tornarem-se inativadas quando expostas à luz e ao calor intensos. Os períodos do final da tarde e início da noite, são os mais indicados.
- A primeira aplicação do preparado deve ser numa dose mais baixa para não queimar as folhas. Depois, pode ir aumentando a dose até encontrar aquela que produz os melhores resultados. Isto é especialmente importante nos casos em que não está familiarizado com o preparado.
- É aconselhável não aplicar o mesmo tratamento por um período prolongado. É preferível alternar com outros preparados baseados em substâncias diferentes. Isso vai evitar criar desequilíbrios ao nível do solo, bem como, diminuir as possibilidades dos organismos que estão a ser controlados possam adquirir resistência aos princípios ativos das plantas.
A segurança é importante na preparação de tratamentos à base de plantas
- É aconselhável usar sempre luvas ao manusear as plantas, ao elaborar os preparados e na sua aplicação. Use máscara e roupa adequada que proteja todas as partes do corpo. Isso é particularmente importante no caso de estar a manusear plantas que podem causar reações alérgicas.
- Lave bem as mãos após elaborar o preparado.
- O local de preparação deve ter uma boa ventilação e deve estar longe de alimentos.
- Use os recipientes e utensílios exclusivamente para a fazer os preparados, evitando o contato posterior com comida e bebida.
- Embora os extratos vegetais tendam a degradar-se rapidamente, pode ser conveniente, aguardar alguns dias antes da colheita para consumo.
Exemplo que exigem cuidados
Borragem (Borago officinalis) – Provoca irritações na pele
Açoro (Acorus calamus) – Provoca irritações na pele
Urtiga (Urtica dioica) – Provoca dor e irritações na pele
Jasmim (Jasminum officinale) – pode provocar irritações na garganta e no nariz a quem tiver alergias respiratórias.
Arruda (Ruta graveolens) – especialmente em dias quentes, evite o contacto direto com a planta. A seiva e as folhas podem causar irritações e alergias na pele. Evite cultiva-la nas zonas habituais de passagem para diminuir os riscos de contato na pele.
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