Como as aves insectívoras ajudam na agricultura

Como as aves insectívoras ajudam na agricultura

Sabemos que quando a natureza está em equilíbrio, o controlo dos insetos é feito em grande parte pelas aves insectívoras que deles se alimentam. Para quem gosta de cultivar uma horta, é interessante saber como as aves insectívoras ajudam na agricultura.

Estudo científicos recentes realizados pela Universidade de Évora, comprovam o potencial das aves insectívoras como aliadas no combate às pragas que afetam várias culturas. as aves insectívoras alimentam-se de lagartas, traças, escaravelhos, cigarrinhas, afídeos e outros invertebrados, combatendo de forma natural as pragas

Em Portugal há algumas aves que, por tradição são respeitadas e até acarinhadas, como por exemplo, as andorinhas. Porém, isso não sucede com muitas outras aves que são erradamente vistas como prejudiciais e por vezes são mortas com armas e armadilhas. Algumas aves insectívoras estão incluídas nesse grupo.

Contudo, esta atitude é errada e criminosa. Em Portugal, as aves insectívoras estão protegidas por lei devido ao seu papel importante no controlo das populações de insetos. Deixamos aqui exemplos das aves insectívoras mais comuns no nosso país.

Veja também as imagens de aves insectívoras no fim do artigo.

Carriça

As carriças atingem os 9,5 cm e fazem por vezes o ninho em buracos nas paredes das casas, ou por baixo das traves das coberturas e escadas. Durante a fase de reprodução, vão mais de 1000 vezes por dia ao ninho para alimentar as crias com insetos. Além de aranhas e insetos, também comem muitas larvas de pragas da horta.

Pisco

Os piscos atingem os 14 cm e são mais abundantes durante o Inverno. Cantam frequentemente em pontos bem visíveis, para assinalar o seu território. O tamanho de cada território depende da abundância de insetos e, muitas vezes, situa-se em redor das casas. São mais abundantes durante o Inverno.

Felosa

As felosas atingem os 11 cm e procuram o clima temperado de Portugal desde finais de agosto até meados de fevereiro. São ativas caçadoras de insetos de pequenas dimensões, em especial junto às superfícies de água.

Rabirruivo-preto

Os rabirruivos ou ferreiros, atingem os 14 cm e são frequentes em volta das habitações. É comum vê-los a cantar em cima dos telhados. Podem nidificar em buracos das paredes ou em cima de traves. Caçam também grande número de insetos, podendo-os apanhar no ar.

Chapim

Os chapins mais comuns em Portugal são o real (14 cm) e o azul (11,5 cm) e o preto (11,5 cm). A sua especialidade é procurar os insetos nas fendas e na casca dos ramos das árvores. Por isso há quem pense (erradamente) que eles comem os frutos das árvores. Contudo, também alimentam-se de pragas da horta como lagartas e afídeos.

Toutinegra

As toutinegras atingem os 14 cm e passam a maior parte do tempo escondidas na folhagem, atentam em busca de comida. Durante a época de nidificação, um casal pode levar aos filhotes no ninho, cerca de 500 lagartas por dia.

Melro

Os melros atingem os 25 cm e são muitas vezes engaiolados por causa do lindíssimo canto dos machos (o que é proibido). Em liberdade, alimenta-se de caracóis, vermes e lagartas, sendo por isso, um importante agente de limpeza dos campos e das hortas.

Lavandisca

As lavandiscas, ou alvéolas, atingem os 18 cm e estão muito adaptadas à companhia do ser humano. A lavandisca-branca acompanha os tratores que lavram a terra, aproveitando os insetos que ficam expostos. A lavandisca-cinzenta apanha insetos junto das poças e regatos e, por vezes, faz o ninho nas paredes das casas.

Papa-moscas

Os papa-moscas ou taralhões (os pretos atingem os 13 cm e os cinzentos atingem os 14 cm) estão entre nós apenas durante um curto período (fim do Verão), para recuperarem as energias durante a sua migração para África. Neste período podemos vê-los empoleirados nos galhos, caçando os insetos que lhes passam ao alcance.

Cotovia

As cotovias atingem os 15 cm e vivem sobretudo nos espaços abertos dos campos, onde comem grande número de insetos. O seu cantar também é conhecido pela beleza e variedade.

Cuco

Os cucos atingem os 34 cm e têm o hábito pouco simpático de pôr os ovos no ninho de outras aves. Porém, alegram com o seu canto de Primavera e destroem um grande número de lagartas, sobretudo as peludas, como a processionária dos pinheiros, causadoras de grandes estragos nas árvores e de graves reações alérgicas nos humanos e nos animais.

Poupa

As poupas atingem os 28 cm e são aves bonitas que chegam no princípio da Primavera. Muitas vezes fazem o ninho nos muros e nas paredes das casas, alimentando as crias só com insetos.

Gaio

Os gaios atingem os 34 cm e para além de insetos, apreciam muito as bolotas dos carvalhos. Muitas vezes escondem-nas na terra para as comer mais tarde. Parte delas germina e dá origem a novos carvalhos.

Pica-pau

Os pica-paus, ou petos (os verdes atingem os 32 cm e os malhados atingem os 23 cm) têm bicos muito fortes, com os quais abrem buracos nas partes mortas das árvores, em busca dos insetos que aí se desenvolvem.

Estorninho

Os estorninhos atingem os 22 cm. Apesar de serem aves predominantemente granívoras, também consomem grande quantidade de insetos e larvas, sobretudo durante a época de alimentação das crias. Só estão entre nós em grande número durante o Inverno, altura em que poucos estragos podem causar. Na Primavera e Verão apenas se encontra o estorninho-preto, cujas populações são reduzidas.

Pardal

Tal como os estorninhos, os pardais-dos-telhados (15 cm) são aves que têm uma dieta predominantemente à base de grãos e de sementes. Contudo, também consomem grandes quantidades de insetos que são indispensáveis durante a época de alimentação das crias. O pardal-montês (14cm), é mais raro já que as populações são muito localizadas e em números muito menores.

Picanço-barreteiro

O picanço-barreteiro atinge os 17 cm e pode ser encontrado em Portugal em abundância, sobretudo a Sul do Tejo e no interior Norte. É mais raro no Litoral Centro e Norte devido ao clima é mais húmido. Pode ser rapidamente identificado pelo barrete cor-de-ferrugem e pela máscara preta. Encontra-se com relativa facilidade entre março e setembro, empoleirado em postes, cercas, fios ou no topo de árvores ou arbustos, sendo este um dos comportamentos mais característicos da espécie. A sua alimentação é composta essencialmente por insetos.

Veja se já viu algumas destas aves insectívoras

Carrica Troglodytes troglodytes
CarriçaTroglodytes troglodytes
Pisco Erithacus rubecula
PiscoErithacus rubecula
felosa Phylloscopus collybita
FelosaPhylloscopus collybita
rabirruivo preto Phoenicurus ochruros
Rabirruivo-preto Phoenicurus ochruros
chapim-azul-Parus-caeruleus
Chapim-azul Parus caeruleus

Chapim-real - Parus-major
Chapim-real Parus major

Toutinegra Sylvia atricapilla
Toutinegra-de-barrete-preto (macho) Sylvia atricapilla
Toutinegra berrete preto femea Sylvia atricapilla
Toutinegra-de-barrete-preto (fêmea) Sylvia atricapilla
Melro Turdus merula
Melro-preto Turdus merula

Lavandisca branca Motacilla alba
Lavandisca-branca Motacilla alba
Lavandisca cinzenta Motacilla cinerea
Lavandisca-cinzenta Motacilla cinerea
Papa moscas cinzento Muscicapa striata
Papa-moscas-cinzento Muscicapa striata

Papa moscas preto Ficedula hypoleuca
Papa-moscas-preto Ficedula hypoleuca
Cotovia pequena Lullula arborea
Cotovia-pequena Lullula arborea
Cotovia de popa Galerida cristata
Cotovia-de-popa Galerida cristata

Cucu preto Cuculus canorus
Cucu-preto Cuculus canorus

Poupa Upupa epops
Poupa Upupa epops
gaio Garrulus glandarius
Gaio Garrulus glandarius

pica pau verde Picus sharpei
Pica-pau-verde Picus sharpei

Pica pau malhado Dendrocopos major
Pica-pau-malhado Dendrocopos major
estorninho preto Sturnus unicolor
Estorninho-preto Sturnus unicolor

Pardal dos telhados Passer domesticus
Pardal-dos-telhados Passer domesticus

Parda montes Passer montanus
Parda-montês Passer montanus

Picanco barreteiro Lanius senator
Picanço-barreteiro Lanius senator

Texto adaptado – Fonte

Partilhe este artigo

Quiz Hortas Biológicas

20 perguntas para avaliar os seus conhecimentos sobre horticultura biológica